UFLA será polo de pesquisa em cannabis medicinal
A Universidade Federal de Lavras (UFLA) foi confirmada como um dos polos de desenvolvimento de um projeto nacional inovador que promete transformar o cenário da cannabis medicinal no Brasil. A iniciativa, aprovada no Programa de Cooperação Acadêmica (Procad), é fruto de parceria entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad).
O estudo, intitulado “Inovação na seleção de Materiais Genéticos de Cannabis sativa para uso medicinal: Espectroscopia no Infravermelho Próximo”, une a UFLA, a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Universidade de São Paulo (USP). A coordenação geral é da professora Patrícia Guimarães Santos Melo (UFG) e, na UFLA, da professora Vanessa Cristina Stein, responsável pelo Centro Biotecnológico de Plantas Psicoativas (CBPP).
Tecnologia de ponta para seleção genética
O projeto foi contemplado pelo edital conjunto Capes/Senad nº 02/2024 e tem como objetivo aplicar a Espectroscopia no Infravermelho Próximo (NIRS) na seleção de genótipos de Cannabis sativa para fins medicinais. A tecnologia permitirá criar protocolos rápidos, precisos e não destrutivos, gerando um banco de dados detalhado sobre a composição fitoquímica de diferentes materiais genéticos — incluindo culturas celulares in vitro.
Essa base de informações será fundamental para a padronização de extratos e produtos à base de canabinoides, garantindo segurança, qualidade e eficácia no uso medicinal da planta.
Impacto científico e social
Na UFLA, as atividades contarão com a participação do pós-doutor Diogo Pedrosa Corrêa da Silva e de mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada. Segundo a professora Vanessa Stein, a adesão ao projeto fortalece a posição da universidade como referência nacional no estudo de plantas psicoativas:
“Estamos diante de uma oportunidade única de unir ciência, inovação tecnológica e compromisso social para transformar o cenário da cannabis medicinal no Brasil”, afirma Stein.
A colaboração entre UFG, UFLA e USP conecta competências em agronomia, biotecnologia e química analítica. Além de ampliar a base científica brasileira, a pesquisa pode influenciar políticas públicas e impulsionar um mercado regulado e seguro de produtos medicinais derivados da cannabis.
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