Tradição pode gerar acidentes graves e prejuízos para milhares de consumidores
Com a chegada do período de ventos mais fortes e pouca chuva, soltar pipas se torna uma atividade popular entre crianças e jovens em Minas Gerais. No entanto, essa prática representa um risco significativo quando realizada próximo à rede elétrica, podendo causar interrupções no fornecimento de energia e até acidentes fatais.
Em 2024, mais de 765 mil clientes da Cemig foram afetados por 2.664 ocorrências envolvendo pipas na rede elétrica. Somente nos primeiros cinco meses de 2025, já foram registrados 853 incidentes, deixando 248 mil consumidores sem energia.
Segurança em primeiro lugar
O técnico de segurança da Cemig, César de Jesus Souza, reforça a importância de evitar a prática em áreas urbanas e próximas à rede elétrica. Segundo ele, em caso de contato com a fiação, a pessoa pode sofrer um choque elétrico de até 13.800 volts, com risco de morte.
“Os pais devem orientar seus filhos sobre os perigos dessa brincadeira”, alerta o especialista.
Jamais se deve tentar resgatar uma pipa presa na rede elétrica. Além disso, o uso de cerol e linha chilena aumenta o risco de acidentes, pois esses materiais tornam a linha condutora de eletricidade.
Lei estadual proíbe linhas cortantes em MG
Desde dezembro de 2019, a Lei 23.515/2019 proíbe a comercialização e o uso de cerol ou linha chilena no estado. As multas para quem descumprir a regra variam de R$ 5.531 a R$ 276 mil. Caso a linha cortante esteja em posse de um menor de idade, os responsáveis legais serão notificados, e o caso será comunicado ao Conselho Tutelar.
Além do risco à rede elétrica, linhas cortantes podem causar acidentes graves para quem as utiliza e para pedestres. “Nunca se deve usar cerol ou linha chilena nesse tipo de brincadeira”, reforça Souza.