O Lavrense


Governo de Minas nega reajuste salarial às forças de segurança


Secretário de Fazenda afirma que crise fiscal impede valorização das forças de segurança

Audiência pública na Comissão de Segurança Pública da ALMG discute valorização salarial das forças de segurança em Minas Gerais, com presença de servidores e autoridades.
Audiência pública na Comissão de Segurança Pública da ALMG discutiu valorização das forças de segurança. Foto: Luiz Santana | ALMG

Durante audiência pública realizada em 13 de outubro na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o secretário de Estado de Fazenda, Luiz Cláudio Gomes, afirmou que o governo não possui recursos para realizar o reajuste salarial das forças de segurança em Minas Gerais. A justificativa foi a crise fiscal enfrentada pelo estado.

Segundo Gomes, Minas Gerais tenta se recuperar financeiramente por meio da adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e da possível entrada no programa federal Propag. A dívida com a União já ultrapassa R$ 170 bilhões. “Sem o Propag, os próximos anos, no âmbito do RRF, não trarão boas notícias em termos fiscais ou financeiros”, declarou.

Servidores reagem e convocam protesto em BH

O posicionamento do governo gerou forte reação entre os servidores da segurança pública presentes na audiência. A categoria anunciou um ato público para o dia 28 de outubro, na Praça da Assembleia, em Belo Horizonte, em defesa da valorização profissional.

Deputado aponta defasagem de quase 45%

O deputado estadual Sargento Rodrigues (PL), presidente da Comissão de Segurança Pública da ALMG, contestou o posicionamento do governo. Ele destacou que a recomposição inflacionária anual está prevista em lei e apontou uma defasagem salarial de 44,79% para os servidores da segurança.

“O IPCA do período foi de 74,89%, enquanto os servidores da segurança tiveram reajuste de apenas 30,1%”, disse  Rodrigues.

Propaganda oficial é questionada

Durante a audiência, Luiz Cláudio Gomes também foi questionado sobre uma propaganda do governo Zema que afirma que os gastos com pessoal estão abaixo do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal. O secretário confirmou que o índice atual é de 48,53%, próximo ao teto de 49%.

Sindpol-MG denuncia adoecimento de policiais

Representantes dos servidores criticaram a falta de diálogo com o governo. Wemerson Oliveira, presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol-MG), afirmou que os policiais estão adoecendo devido à falta de valorização, excesso de trabalho e escassez de pessoal.

“Nossos policiais estão morrendo, estão tirando suas vidas”, declarou.

Oliveira também atribuiu o avanço da criminalidade e a entrada de facções criminosas no estado à ausência de investimentos em segurança pública. “Nem no governo anterior as facções invadiram Minas Gerais como têm invadido no governo Zema”, concluiu.


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